Pierre-Joseph Proudhon (1809 ~ 1865):

" Que nos falta para realizarmos a obra que nos foi confiada? Uma só coisa: A prática revolucionária!... O que caracteriza a prática revolucionária é que ela já não procede por pormenor e diversidade, ou por transições imperceptíveis, mas por simplificações e por saltos."

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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

WEDNESDAY, APRIL 04, 2007

Francisco Trindade

Quanto a saber se para chegar aos seus fins, Proudhon era partidário ou não da violência, cada um conhece os textos contraditórios que podemos juntar ao dossier.

Terminaremos esta exposição das idéias proudhonianas por uma página que nos parece resumir bastante bem o que precede:

“... Menos autoridade, quer isso dizer o que nunca vimos, o que nunca compreendemos, o acordo de cada um com o interesse de todos, identidade da soberania colectiva e da soberania individual.

Menos autoridade! quer dizer dívidas pagas, servidões abolidas, hipotecas levantadas, rendas reembolsadas, despesas de culto, de justiça e de Estado suprimidas; crédito gratuito, trocas igual associação livre, valor regulado; educação, trabalho, propriedade, domicílio, bom mercado, garantias; menos antagonismo, menos guerra, menos centralização, menos governo, menos sacerdotes.

Não é a sociedade saída da sua esfera, caminhando numa posição invertida, de baixo para cima?

Menos autoridade! quer dizer ainda, o contrato livre em lugar da lei absolutista; a transação voluntária em lugar da arbitragem do Estado, a justiça equitativa e recíproca em lugar da justiça soberana e distributiva; a moral racional em lugar da moral revelada; o equilíbrio das forças substituídas pelo equilíbrio dos poderes; a unidade econômica em lugar da centralização política.

Mais uma vez, não é isto o que ousei chamar uma conversão completa, uma rotação sobre si mesma, uma revolução?”

Os anarquistas, que repugnam aceitar o patronato duma individualidade, mesmo ilustre, não hesitaram entretanto a reclamarem-se de Proudhon e em verem nele o primeiro teórico da doutrina.

Desde 1874, encontramos no Bulletin de la Fédération jurassienne, orgão dos primeiros anarquistas militantes após a sua ruptura com Marx, a seguinte declaração precisa:

“ A anarquia não é uma invenção de bakunin; se queremos absolutamente ligar as doutrinas a nomes de homens, é necessário dizer anarquia proudhoniana, pois Proudhon é o verdadeiro pai da teoria an-arquista.”

Na sequência todos os teóricos libertários, sejam eles anarquistas-comunistas como Grave e Tcherkesooff, anarquistas-individualistas como V. Serge ou Benjamin R. Tucker, anarquistas sindicalistas como P. Besnard – e só estamos a citar alguns nomes tomados ao acaso – e todos reivindicam Proudhon.

Bakunin e Kropotkin, cujo testemunho faz autoridade, celebraram ao desafio o quanto eles eram devedores a Proudhon. O primeiro, protestando pelo seu “ terno respeito (...) pela memória de Proudhon...”, vê no anarquismo “o proudhonismo largamente desenvolvido e empurrado até às suas últimas consequências”.

O segundo, tomando de aluguel as “páginas admiráveis sobre o Estado e a anarquia”, desenvolvidos por Proudhon, exalteceu este pensador “que sem conhecer a obra de Godwin, colocou de novo os fundamentos da anarquia”.

Mas o testemunho mais célebre e o mais frequentemente citado é certamente o de Kropotkin no Processo de Lyon:

“Censuraram-me ainda de ser o pai da anarquia. É muita honra que me querem fazer. O pai da anarquia é o imortal Proudhon, que a expôs pela primeira vez em 1848.”

Deste modo Proudhon aparece, tanto pela sua obra como pela homenagem que lhe foi feita, como o fundador da doutrina anarquista.

fonte:

http://franciscotrindade.blogspot.com/2005/11/proudhon-como-pai-do-anarquismo.html

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