Pierre-Joseph Proudhon (1809 ~ 1865):

" Que nos falta para realizarmos a obra que nos foi confiada? Uma só coisa: A prática revolucionária!... O que caracteriza a prática revolucionária é que ela já não procede por pormenor e diversidade, ou por transições imperceptíveis, mas por simplificações e por saltos."

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sábado, 8 de janeiro de 2011

WEDNESDAY, APRIL 04, 2007


Francisco Trindade

O próprio Proudhon declarou “Sou anarquista” e deu o nome de “anarquia” ao que ele considera ser a organização social ideal.

“Anarquista”, “anarquia” poderiam entretanto não serem mais que palavras. Isto não é nada, e a obra proudhoniana está dominada pelos dois princípios que são dados como sendo os da anarquia:

princípio negativo, luta contra a autoridade sob a sua tripla forma política, econômica e moral; princípio positivo, luta pela liberdade e pelo bem-estar.

Numa palavra, se Proudhon excede sem dúvida o quadro da anarquia, pelo menos podemos dizer que toda a anarquia é, na sua essência, contida na sua obra.

Ensaiemos antes de tudo de dar um esquema por sua vez simples e exacto da doutrina proudhoniana. Por todo o lado reina o regime detestável da autoridade. Este regime exprime-se pela centralização no plano político, pela exploração e a concorrência no plano econômico.

Destruam et aedificabo.

Destruir e, por este mesmo fato construirei. Sabotemos então a autoridade e sobre as suas ruínas, edificar-se-á uma sociedade de liberdade e de bem-estar. Liberdade sobre o plano político pelo federalismo, claro no plano económico pelo mutualismo. O essencial do Proudhon que estudamos está contido nestas linhas.

Para ele “o verdadeiro problema a resolver não é em realidade o problema político, é o problema económico” e “a unidade constitutiva da sociedade é a oficina”.

Predominância portanto, claramente marcada, da economia sobre o político. O Estado político deve disaparecer.

“Fundar, emergir e fazer desaparecer o sistema político ou governamental no sistema económico, reduzindo, simplificando, descentralizando, suprimindo um após outro todos os serviços administrativos desta grande máquina que tem o nome de governo ou de Estado”, tal é o fim a alcançar.

Desde então, no seguimento desta absorção do político pelo económico, desta redução das funções políticas às funções industriais, a ordem social resultante do único facto das transacções e das permutas, “cada um poder-se -ia dizer autocrata dele próprio”.

Penetremos mais à frente no pensamento proudhoniano. O nosso teórico levanta-se com força contra toda a autoridade na qual vê um instrumento destruidor do seu eu.

“Autoridade, governo, poder, Estado - estas palavras designam todos a mesma coisa - cada um vive o meio de oprimir e de explorar os seus semelhantes”, considera Proudhon que declara :

“Qualquer um que põe a mão sobre mim para me governar é um usurpador e um tirano, declaro-o meu inimigo”.

O sufrágio universal não poderia entretanto permitir ao povo escolher honestos representantes que fariam boas leis?

Proudhon protesta.

“Tenho tanta necessidade de mandatários, que de representantes? E já que é preciso determinar a minha vontade, não a posso exprimir sem a ajuda de ninguém? Não me custará mais e não estarei mais seguro de mim que do meu advogado?”

segue...

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