Pierre-Joseph Proudhon (1809 ~ 1865):

" Que nos falta para realizarmos a obra que nos foi confiada? Uma só coisa: A prática revolucionária!... O que caracteriza a prática revolucionária é que ela já não procede por pormenor e diversidade, ou por transições imperceptíveis, mas por simplificações e por saltos."

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terça-feira, 14 de dezembro de 2010


A obra de Proudhon [...] é de grande valia por ser uma das pioneiras no assunto, um verdadeiro clássico do federalismo. Assim, [tentar-se-á] fazer uma busca do cerne daquilo que está exposto em seu estudo Do Princípio de Federação, uma das três partes do livro Do Princípio Federativo (1863).

A obra de Proudhon é decisiva para qualquer estudo acerca do Federalismo e é por isso que a priorizamos nesta análise. Trata-se de um marco inicial do Federalismo enquanto princípio geral para organização da sociedade, ultrapassando em muito a visão de transcendência de soberanias.

Do Princípio Federativo é célebre no tocante a colocar o Federalismo como alternativa a qualquer tipo de combate ao centralismo e à tirania e elo propulsor e mantenedor da liberdade. Proudhon não mais deseja o fim de tudo, a ausência de regras e organizações, embora o anarquismo ronde sua obra até o final.

Ele já propunha para a efetivação do sistema federativo uma ordem política amparada nos princípios de autoridade e liberdade.

Nota-se uma mudança basilar, já que a garantia das liberdades deve ser procurada, não apenas negando as autoridades, mas através de uma organização complexa onde se encontrarão limitadas e reciprocamente contrabalançadas as autoridades e liberdades.

O autor propõe um pacto ou contrato político que é célula mãe do ideal federalista. O objetivo deste pacto é efetivar a identidade dos estados confederados e assim respeitar suas liberdades.

O federalismo proudhoniano opõe-se a toda centralização, na medida que respeita a autonomia dos agrupamentos particulares. É evidente que a questão não é a de assegurar a unidade ao preço, alto preço, das liberdades, mas assegurar, de maneira hialina [transparente], a unidade e as liberdades na unidade.

Segundo convicções próprias, acreditamos ser de suma importância o apanágio do escritor francês Pierre-Joseph Proudhon, ora em tela. Escritor muito criticado e marginalizado devido a suas concepções utópicas e contrárias à norma vigente, que coloca o Federalismo como prerrogativa da liberdade.

Eis o que nos diz o festejado autor, justificando sua obra e sua luta:

Quando eu tiver caído, vítima do que estou decidido a combater, terei ao menos a consolação de pensar que quando a minha voz se calar o meu pensamento obterá justiça, e que, cedo ou tarde, os meus próprios inimigos serão meus apologistas. (PROUDHON, 2001, p.41)

nota:

PROUDHON, Pierre-Joseph. Do princípio federativo. São Paulo: Nu-Sol: Imaginário, 2001.

fonte:

http://www.ufsm.br/mila/publicacoes/reppilla/edicao01-2004/2004%20artigo%205.pdf


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