Pierre-Joseph Proudhon (1809 ~ 1865):

" Que nos falta para realizarmos a obra que nos foi confiada? Uma só coisa: A prática revolucionária!... O que caracteriza a prática revolucionária é que ela já não procede por pormenor e diversidade, ou por transições imperceptíveis, mas por simplificações e por saltos."

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sábado, 16 de outubro de 2010

ANOVIS ANOPHELIS

SEGUNDA-FEIRA, NOVEMBRO 21, 2005

Proudhon critica por um lado o capitalismo, por outra parte o estatismo.

Dum lado, é o triunfo do “direito ao lucro”, a apropriação privada da mais valia que resulta do desvio entre o que produz a convergência das forças e o que produz a simples adição das mesmas forças tomadas uma a uma:

como não são pagas a não ser as forças individuais, nunca a soma dos salários é suficiente para comprar o que é o fruto do trabalho colectivo.

Há portanto por sua vez denegação da especificidade do colectivo (só se quer ver indivíduos) e açambarcamento do que resulta desta especificidade (a mais valia). São deste modo confiscados à sociedade as forças que entretanto dela emanam; a sociedade volta-se contra ela própria, e aparecem potências que, nascidas no seu seio, dela pendem.

De outro lado, o Estado aparece como “a constituição exterior da potência social” ou a “constituição externa da potência colectiva”. Pretender reorganizar a sociedade pelo Estado voltaria por conseguinte a finalizar o retorno desta contra ela própria. Encontramos na vertente política, parece, a mesma lógica fundamental que era empregue na vertente económica.

Indo um pouco mais rápido, poderíamos concluir que projectando constituir “interiormente” as potências sociais, Proudhon visa do mesmo golpe abolir toda a política. Seria parar na fase “destruidora” da obra e esquecer a sua fase “reconstruidora”.

O mutualismo é antes de tudo a forma principal que toma em Proudhon a reconquista da sociedade por ela própria no campo econômico. Mas também é a articulação ou o dinamismo do que será a reconquista no campo político.

O mutualismo não se opõe à economia de mercado; Quer-se pelo contrário a mais transparente realização. Noutros termos, “economia de mercado” e “capitalismo” estão longe de ser considerados como sinônimos; explorar esta diferença constituirá sem dúvida uma questão fundamental em termos de futuro.

Além do estudo da formação e dos princípios econômicos de Proudhon, além da análise da sua dívida a respeito dos movimentos operários do seu tempo, além do que se refere a Proudhon à teoria e à prática do mutualismo é importante o enriquecimento de contributos relativos a concepções que, contemporâneos, ou não, podem estar bem próximas como antagónicas:

“a cessação do antagonismo, e por consequência a morte”, escrevia um certo autor Bisontin.

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