Pierre-Joseph Proudhon (1809 ~ 1865):

" Que nos falta para realizarmos a obra que nos foi confiada? Uma só coisa: A prática revolucionária!... O que caracteriza a prática revolucionária é que ela já não procede por pormenor e diversidade, ou por transições imperceptíveis, mas por simplificações e por saltos."

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sábado, 11 de setembro de 2010


Proudhon, pai do sindicalismo revolucionário

Mas Proudhon aparece também, para muitos historiadores, como o pai do "sindicalismo revolucionário". Essa tendência representava, antes da primeira guerra mundial, a força dominante do movimento sindical francês, força hostil às idéias reformistas.

A Carta de Amiens, adotada em 1906, marcou a vitória dessa tendência, que afirmava a autonomia operária em relação aos partidos políticos.

Muitos aspectos e temas ligam o sindicalismo revolucionário ao pensamento proudhonianos, a começar pelo distanciamento das noções de Estado e de poder. Assim Griffuelhes, um de seus principais representantes, escrevia:

"O sindicalismo se opõe ao valor libertador do poder...

Nega a possibilidade reformadora que o Poder se atribui, que faria dele o fator essencial do progresso humano e graças à qual ele estaria em condições de dar ao povo, que ele quer guiar e conduzir, toda a felicidade terrestre.

Mas o Poder não pode dispor dessa felicidade, pois não lhe compete distribuí-la e difundí-la..." (Victor Griffuelhes: Syndicat et syndicalisme, citado em Annie Kriegel: Le Syndicalisme révolutionnaire et Proudhon, p. 53, Colóquio Actualité de Proudhon).

Esse texto não deixa de recordar a célebre fórmula:

"a organização do trabalho deve ser a derrocada do capital e do poder".

Poderíamos, assim, enumerar os temas comuns a Proudhon e ao sindicalismo revolucionário:

o repúdio ao Estado, o federalismo, a idéia de que a instauração de uma sociedade justa representa uma exigência moral, e não o produto de um processo necessário etc.

Numerosos valores proudhonianos se encontram no sindicalismo revolucionário, esse movimento e essa ideologia que tanto marcaram o movimento operário francês até a primeira guerra mundial. Após esta, a idéia de um retorno a Proudhon, no movimento sindical, será efêmera. Contudo, Marx não se enganava quando afirmava:

"Proudhon foi na frança, uma etapa do pensamento popular".

segue...

in: o socialismo utópico, de jacqueline russ, editora martins fontes/ universidade hoje,
págs.: 225 ~ 232,
1991.
contra-capa: O tema essencial deste livro é o surgimento e o desenvolvimento do socialismo utópico do século XIX na França. No entanto, o socialismo utópico francês dificilmente poderia ser compreendido isoladamente dos seus irmãos ingleses e alemães e sem a crítica da economia política feita pelos ricardianos igualitários que o autor analisa detalhadamente.

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