Pierre-Joseph Proudhon (1809 ~ 1865):

" Que nos falta para realizarmos a obra que nos foi confiada? Uma só coisa: A prática revolucionária!... O que caracteriza a prática revolucionária é que ela já não procede por pormenor e diversidade, ou por transições imperceptíveis, mas por simplificações e por saltos."

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quinta-feira, 3 de junho de 2010


A doutrina social e política de Proudhon ganhou muito com suas experiências concretas. Quando da conjuntura especialmente revolucionária de 1848, ele atacou a Louis Blanc, membro na ocasião do governo provisório, com duras palavras. Acusou Blanc por seu estatismo e reformismo e colocou o Estado e o governo em oposição “a personalidade e autonomia das massas”.

Em 1851, às portas do golpe de Luís Napoleão, no seu A Idéia Geral de Revolução no Século XIX, atacando as reivindicações meramente corporativas dos operários e desafiando o mito político republicano, Proudhon afirmava:

“Quer os operários saibam ou não, não é nos seus interesses mesquinhos que consiste a importância da sua obra, mas na negação do regime capitalista, agiota e governamental. (…) A revolução está acima da República”.

É igualmente nesta obra demolidora que, antes de Engels, atribui a Saint-Simon e Fourier a condição de utópicos. Uma vez que se encontrava encarcerado por ordem de Napoleão, ao escrever a referida obra, Proudhon alimentou a esperança de uma unidade episódica entre a classe média e o proletariado, para a deposição do tirano.

Entretanto, no livro seguinte, ainda escrito na prisão, A Filosofia do Progresso, demonstra confiar mais estritamente na“energia revolucionária da classe operária”. De qualquer forma, a despeito das alianças conjunturais, era na classe dos produtores que depositava Proudhon a tarefa de derrubar a ordem de privilégios representada no capitalismo.

No seu Do Princípio Federativo e da Necessidade de Reconstruir o Partido da Revolução, de 1863, ele afinaria ainda mais a relação entre os objetivos e o método na Revolução.

Já no fim de sua vida ao ser instado, pelos signatários, a responder ao “Manifesto dos Sessenta”, em março de 1864 — uma carta pública assinada por operários franceses a respeito da representação política no parlamento — ele diria:

“Eu não esperava, confesso-o, ser consultado por quem quer que fosse sobre semelhante questão. Achava o movimento eleitoral enfraquecido e não pensava, em meu isolamento, senão em diminuir, no que pudesse depender de mim, os seus efeitos deploráveis.

Mas já que, por considerações que me parecem totalmente pessoais, vossa confiança em minha opinião achou dever, por assim dizer, me convocar, não hesito de modo algum em responder a vossa questão, tanto menos porque meu pensamento não saberia ser outra coisa senão a interpretação do vosso.” [*]

Com esta resposta, além de seu livro Da Capacidade Política das Classes Operárias, motivado em muitos aspectos pela referida questão, publicado postumamente, — o pensador morreria em janeiro de 1865 — Proudhon se consagrava como uma das principais influências, ao lado de Blanqui, no meio operário francês, e mesmo dentro da Internacional, seção parisiense.

notas:

[*] J.-P. Proudhon. Textos Escolhidos. Porto Alegre, LP&M, 1983, p. 96.

fonte:

http://passapalavra.info/?p=13207

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