
O capitalismo como método de negócios e como hábito de vida solapou as instituições medievais em muitos pontos.
Porém o seu maior desafio foi contra os padrões éticos e as noções que definiam uma vida de santidade e decoro.
A personalidade capitalística, orientada no sentido do interesse individual e do ganho, era a antítese da mentalidade do cristão, que procurava amar ao próximo como a si mesmo; pode-se mesmo acrescentar que, para o moralista da Idade Média, não havia grande diferença entre o capitalista e um criminoso.
"Misericórdia!
Quanta gente existe que se bate e porfia [rixas intermináveis!] pelo sórdido lucro e obtém afinal esse lucro sórdido!" exclama Bertoldo de Regensburgo [
franciscano: 1220 ~ 1272
].
"Velhacos são eles em seu comércio e seu ofício; ladrões e ladras, dentro de casa como fora, prestamistas sob penhores, agiotas, e açambarcadores para que comprem mais barato."
A Bertoldo não teria chocado a afirmação de Proudhon [1809 ~ 1865] de que a propriedade era o roubo.
Aliás, já no tempo de Dante [poeta, 1265 ~ 1321], segundo informa Vossler, era uma frase corrente na Itália que todo homem rico ou tinha praticado injustiça ou era herdeiro de alguém que a tivesse praticado.
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