Pierre-Joseph Proudhon (1809 ~ 1865):

" Que nos falta para realizarmos a obra que nos foi confiada? Uma só coisa: A prática revolucionária!... O que caracteriza a prática revolucionária é que ela já não procede por pormenor e diversidade, ou por transições imperceptíveis, mas por simplificações e por saltos."

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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Pierre-Joseph Proudhon escreve que a natureza não faz nada bruscamente e nem procede por saltos, mas opera de maneira sucessiva e progressiva. Essa idéia de continuidade é, na verdade, “progresso seriado”.

As idéias de continuidade e de progressão parecem realmente se excluir:

quem diz progresso diz necessariamente sucessão, transporte, crescimento, passagem, adição, multiplicação, diferença, série, enfim; de maneira que a expressão movimento contínuo não é mais que uma metáfora. (Idem: RESENDE, 1986: 43)

O autor diz que cada série encerra em si mesmo seu princípio, sua lei, sua certeza. Cada uma das séries é independente, e o conhecimento de uma não supõe nem engloba o conhecimento da outra. (RESENDE, 1986: 45) O que produz nas ciências a diversidade da série é a diversidade do objeto.

Ainda que se possa, por abstração de todo objeto, construir uma teoria geral da seriação, as diversas formas de séries não se explicam umas pelas outras. Não existe ciência universal, porque não há objeto universal. (Idem)

De todas essas considerações, resulta que a metafísica, ou teoria da lei serial, não é ciência, mas método; não é um método especial e objetivo, mas um método sumário e ideal; que ela não prejulga e não exclui nada, acolhe todos os fatos e os nomeia sem temor de ser desmentida por nenhum; que ela não pretende de modo algum produzir por si mesma o conhecimento e não se antecipa à observação:

bem diferente dos pretensos sistemas universais, construídos com base na atração, expansão, causação, deificação e outros sistemas ontológicos, monumentos da preguiça e da impotência. (Idem)

Proudhon diz que a série é a antítese da unidade, que se forma pela repetição das combinações diversas da unidade. (Ibidem: 46) A unidade, por sua vez, é considerada elemento da série, se reveste de todas as formas possíveis: (...)

Numa roda de engrenagem, a unidade de série é o dente; num tabuleiro de xadrez, essa unidade é a casa; num poliedro, ela é a pirâmide, tendo seu cume no centro do sólido e sua base na superfície. (Idem) Proudhon defende a ideia do “sistema”, que configura o conjunto.

O sistema é a roda de engrenagem, o tabuleiro etc. Este sistema deve ser compreendido de maneira progressiva, nos termos que o próprio Proudhon define:

Sem unidade, nada de verdade, nada de beleza, nem mesmo de moralidade. Um sistema sem unidade é uma contradição; uma dupla justiça é a própria iniquidade. (Ibidem: 83)

segue...

notas:

RESENDE, Paulo-Edgar e Passeti, Edson. Pierre-Joseph Proudhon: Política. São Paulo. Ed. Ática, 1986.

GURVITCH, Georges. Proudhon e Marx. Biblioteca de textos universitários. 2ª Edição. Editorial Presença/Martins Fontes.s.d.

fonte:

http://andersonpereiracorrea.blogspot.com/

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