Pierre-Joseph Proudhon (1809 ~ 1865):

" Que nos falta para realizarmos a obra que nos foi confiada? Uma só coisa: A prática revolucionária!... O que caracteriza a prática revolucionária é que ela já não procede por pormenor e diversidade, ou por transições imperceptíveis, mas por simplificações e por saltos."

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sábado, 18 de setembro de 2010


Proudhon, promotor da autogestão operária

Todos esses exemplos tirados do mutualismo levam a sublinhar, com Daniel Guérin, teórico anarquista, que Proudhon foi, desde 1848, o promotor da "autogestão". Quem deve gerir a economia?

Os trabalhadores associados, aos olhos de Proudhon, têm o direito de fazê-lo. Uma comunidade de trabalhadores, livres e responsáveis, teria condições de governar a indústria.

O projeto de autogestão, central em nossas sociedades desde os anos 60, deve, pois, ser relacionado a Proudhon,

"O leitor de Proudhon, se está a par dos problemas concretos que coloca a prática da autogestão na Iugoslávia e na Argélia, sente-se com ele em terras conhecidas.

Quase todas as dificuldades da autogestão contemporânea são descritas na obra proudhoniana" (Daniel Guérin: Proudhon et l'autogestion ouvrière, Ed. do Instituto de Sociologia, Universidade livre de Bruxelas, 1967).

Proudhon e o federalismo

Mas a influência de Proudhon não se limita à ação mutualista nem às forças modernas de autogestão, tais como foram ou ainda são experimentadas em diversos países.

Entende-se também o federalismo, transposição e prolongamento do mutualismo no domínio político. Nada mais moderno do que essa idéia de uma associação política flexível.

No domínio da vida interior da França, essa noção decerto desempenhou um papel nos esforços de descentralização recentemente empreendidos.

Se ultrapassarmos nossas fronteiras, é provável que o conceito de uma Europa comunitária deva muito ao federalismo proudhoniano.

Com efeito, Proudhon inspira grupos federalistas favoráveis à união européia.

Talvez nossa sociedade moderna seja filha do proudhonismo que do socialismo de Estado.

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Conclusão sobre Proudhon

Proudhon é o pensador que colocou esta questão e respondeu a ela: como podem as massas forjar-se uma autonomia? Ele delineou caminhos e as dificuldades da autogestão.


in: o socialismo utópico, de jacqueline russ, editora martins fontes/ universidade hoje, págs. 225 ~ 232, 1991.
contra-capa: O tema essencial deste livro é o surgimento e o desenvolvimento do socialismo utópico do século XIX na França. No entanto, o socialismo utópico francês dificilmente poderia ser compreendido isoladamente dos seus irmãos ingleses e alemães e sem a crítica da economia política feita pelos ricardianos igualitários que o autor analisa detalhadamente.

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