Pierre-Joseph Proudhon (1809 ~ 1865):

" Que nos falta para realizarmos a obra que nos foi confiada? Uma só coisa: A prática revolucionária!... O que caracteriza a prática revolucionária é que ela já não procede por pormenor e diversidade, ou por transições imperceptíveis, mas por simplificações e por saltos."

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sábado, 17 de abril de 2010

10 PROPOSIÇÕES CONTRA A PROPRIEDADE DOS MEIOS DE PRODUÇÃO
por Pierre-Joseph Proudhon

Terminei a obra que me propus; a propriedade está vencida; nunca mais se reerguerá. Em toda parte onde este discurso for lido e comunicado ficará depositado um germe de morte para a propriedade: ali, cedo ou tarde, desaparecerão o privilégio e a servidão; ao despotismo da vontade sucederá o reino da razão. Com efeito, que sofismas, que obstinação preconceituosa se sustentariam perante a simplicidade destas proposições?:

I. A posse individual [dos meios de produção] é a condição da vida social; cinco mil anos de propriedade o demonstram: a propriedade é o suicídio da sociedade. A posse [dos meios de produção] está dentro do direito; a propriedade opõe-se ao direito. Suprimi a propriedade e conservai a posse [dos meios de produção]; e, só com essa alteração no princípio, mudareis tudo nas leis, o governo, a economia, as instituições: expulsareis o mal da terra.

II. Como o direito de ocupar é igual para todos, a posse [dos meios de produção] varia de acordo com o número de possuidores; a propriedade não pode se formar.

III. Como o resultado do trabalho é o mesmo para todos, a propriedade se perde com a exploração estranha e o aluguel.

IV. Como todo trabalho humano resulta necessariamente de uma força coletiva, toda propriedade se torna, pela mesma razão, coletiva e indivisa: em termos mais exatos, o trabalho destrói a propriedade.

V. Como toda capacidade de trabalho constitui, como todo instrumento de trabalho, um capital acumulado, uma propriedade coletiva, a desigualdade de ganho e fortuna, sob pretexto
de desigualdade de capacidade, é injustiça e roubo.

VI. O comércio tem como condições necessárias a liberdade dos contratantes e a equivalência dos produtos trocados: ora, como o valor tem por expressão a soma de tempo e de despesa que cada produto custa, e sendo a liberdade inviolável, os trabalhadores são necessariamente iguais em salários como o são em direitos e deveres.

VII. Os produtos só se compram com produtos: ora, como a condição de toda troca é a equivalência dos produtos, o lucro é impossível e injusto. Observai esse princípio da mais elementar economia e o pauperismo, o luxo, a opressão, o vício, o crime desaparecerão de entre nós juntamente com a fome.

VIII. Os homens são associados pela lei física e matemática da produção, antes de sê-lo por livre assentimento: portanto, a igualdade das condições é de justiça, isto é, de direito social, de direito estrito; a estima, a amizade, o reconhecimento, a admiração se prendem ao direito equitável ou proporcional.

IX. A associação livre, a liberdade, que se limita a manter a igualdade nos meios de produção e a equivalência nas trocas, é a única forma possível de sociedade, a única justa, a única verdadeira.

X. A política é a ciência da liberdade: o governo do homem pelo homem, não importa o nome com que se disfarce, é opressão; a perfeição máxima da sociedade reside na união da ordem e da anarquia.

É chegado o fim da antiga civilização; sob um novo sol, a face da terra se renovará. Deixemos uma geração extinguir-se, deixemos perecerem no deserto os velhos prevaricadores: a terra santa não cobrirá seus ossos. Jovem, que a corrupção do século indigna e o zelo da justiça devora, se amais a pátria e vos preocupais com a humanidade, ousai abraçar a causa da liberdade.
*Transcrito do livro "O que é a Propriedade", de Pierre-Joseph Proudhon
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