Pierre-Joseph Proudhon (1809 ~ 1865):

" Que nos falta para realizarmos a obra que nos foi confiada? Uma só coisa: A prática revolucionária!... O que caracteriza a prática revolucionária é que ela já não procede por pormenor e diversidade, ou por transições imperceptíveis, mas por simplificações e por saltos."

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terça-feira, 28 de dezembro de 2010


Para Proudhon :

"(...) a história nos apresenta, numa sucessão lógica e cronológica, os dois princípios – Autoridade e Liberdade –, os mesmos de onde procede todo mal” (Ibidem:70). Ele escreve que, durante todos os tempos e em todas as sociedades, quanto mais um organismo ganha em unidade perde em massa. E que, em toda coletividade, a potência orgânica perde em intensidade o que ganha em extensão e reciprocamente. (Ibidem:83)

Acrescenta ele:

"Essa lei é universal, rege o mundo do espírito tanto quanto o dos corpos; ela se encontra na filosofia, na ciência, no direito, na literatura, na arte, na poesia, na história etc." (Idem)

O escritor opõe-se a toda filosofia da história, seja a de Bossuet, de Condercet, de Saint-Simon, de Hegel ou de Herder. Para ele, a filosofia da história nega a responsabilidade do homem coletivo ou individual, na orientação do esforço voluntário, seja no sentido do progresso ou do regresso. (GURVITCH:89)

Para Georges Gurvitch, na obra de Proudhon está presente a concepção de saber instrumental. No livro “La Célebration du Dimache”, ele escreve que deve existir uma ciência social (sociologia) que guie a revolução social. (Ibidem:25) Para o anarquista, a ciência deve ser um instrumento para a transformação da sociedade.

No livro La Création de l’Ordre, Proudhon escreve:

As leis da economia política são as leis da história. (Ibidem:44)

Nesta passagem, Proudhon acredita na existência de Leis na “ciência social”, e que, no caso da história, as leis seriam encontradas na economia política. Para Proudhon, a História não é uma ciência, mas matéria de uma ciência. (Idem) Ele recusa confiar na ciência histórica do seu presente, que, segundo ele, é uma reconstrução guiada por ideologias da sociedade existente. (Idem)

Em poucas palavras, pode-se perceber que Proudhon acreditava ser possível um ciência social, e que a História não é uma ciência, mas se utiliza das ciências auxiliares e que, na metade do século XIX, a História era utilizada para fins políticos e ideológicos.

Para Proudhon, o progresso é esforço criador e revolução sempre renovada, é visto como a negativa do absoluto. O progresso é a permanente mudança, transformação. (Ibidem:87) Ele defende uma dialética realista e empírica por um lado, e da liberdade coletiva criadora por outro.

Os resultados não são previsíveis, no sentido de não serem determinados. (Ibidem:43) A dialética proudhoniana prova que, na realidade social, a liberdade e o determinismo social se interpenetram, se completam, se implicam e se polarizam de diversas maneiras. (Ibidem:142)

A análise sobre a idéia de História no discurso de Proudhon ficou prejudicada na medida em que não se teve acesso às obras de Proudhon, mas a interpretações das mesmas. Boa parte das informações apresentadas aqui são frutos de leituras indiretas. Não é necessariamente o que ele disse, mas o que se disse sobre ele.

Pelo exposto no texto, é possível afirmar que Joseph Proudhon não quer construir uma teoria absoluta que explique “toda” a história, mas procura compreender a “Conjuntura”capitalista, a partir da “Revolução Industrial” onde ele fala em quatro tipos de períodos ou estágios da sociedade industrial. Ele procura construir um “método que detecta o movimento da história”.

Sua concepção é “progressista” e parte da economia política. O progresso para ele representa a continuidade da ruptura. Os fenômenos desenvolvem-se em unidades arranjadas de forma sistêmica, onde cada parte mantém relativa ou total autonomia em relação ao todo. A base da sociedade, para ele, é a “oficina”, por isso ele defende a economia política.

Defende as particularidades na história, o empírico, e que não há determinismo na história. Do que foi escrito acima, fica nítido que Proudhon não reconhecia, na História, uma ciência, que a explicação só é possível a partir da economia política (ciência auxiliar). Para ele, a história é uma narrativa lógica, cronológica e que é utilizada de forma político-ideológica.

segue...

notas:

RESENDE, Paulo-Edgar e Passeti, Edson. Pierre-Joseph Proudhon: Política. São Paulo. Ed. Ática, 1986.

fonte:

http://andersonpereiracorrea.blogspot.com/

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