Pierre-Joseph Proudhon (1809 ~ 1865):

" Que nos falta para realizarmos a obra que nos foi confiada? Uma só coisa: A prática revolucionária!... O que caracteriza a prática revolucionária é que ela já não procede por pormenor e diversidade, ou por transições imperceptíveis, mas por simplificações e por saltos."

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quarta-feira, 17 de março de 2010

A lei da maioria

Joseph-Pierre Proudhon

(tradutor: Rafael Hotz)

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Basicamente é esse o plano para a construção do Poder, independentemente das modificações que cada uma de suas partes componentes possa receber; assim, por exemplo, o Poder central, pode por sua vez ser monárquico, aristocrático ou democrático; que antes fornecia homens públicos com um potencial de classificação, de acordo com seu caráter superficial.

Será observado que o sistema governamental tende a se tornar cada vez mais e mais complicado sem se tornar por causa disso mais eficiente ou mais moral, e sem oferecer nenhuma garantia adicional à pessoa ou propriedade.

Essa complicação brota primeiramente da legislação, a qual é sempre incompleta e insuficiente; em segundo lugar, da multiplicidade de funcionários; mas, acima de tudo, do compromisso entre dois elementos antagônicos, a iniciativa executiva e o consentimento popular.

Coube a nossa época [séc. XIX] estabelecer sem erros que essa negociação, a qual o passar dos séculos torna inevitável, é a medida certa da corrupção, da decadência, e da dissolução da Autoridade que se aproxima.

Qual é o objetivo dessa organização?

Manter a ordem na sociedade, consagrando e observando a obediência do cidadão ao Estado, a subordinação do pobre ao rico, da pessoa comum à classe superior, do trabalhador ao desocupado, do laico ao padre, do empresário ao soldado.

Até onde a memória da humanidade chega, ela se percebe tendo sida organizada sob o sistema acima, que constitui a ordem política, eclesiástica ou governamental.

Todo esforço para dar ao Poder uma aparência mais liberal, tolerante, social, falhou invariavelmente; tais esforços foram ainda mais em vão quando tentaram dar ao Povo uma parcela maior do Governo; como se as palavras, Soberania e Povo, as quais tentavam acorrentar, fossem tão naturalmente antagônicas quanto essas outras duas Liberdade e Despotismo.

A humanidade teve que viver, e a civilização se desenvolver, ao longo de seis mil anos, sob esse sistema inexorável, cujo primeiro termo é Desesperança e o último Morte.

Que poder secreto o vem sustentando? Que força o permite sobreviver? Que princípios, que idéias, renovaram o sangue que jorrou sob a adaga da autoridade, eclesiástica e secular?

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fonte:

livrosbpi

Um comentário:

  1. Grazia Tanta:

    "Os Estados demonstraram, claramente, a propósito da crise financeira, que são instrumentos do capitalismo, somente intervindo a favor da multidão, como forma de apoio ou salvaguarda dos interesses do capital"

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